Leia mulheres em 2019
- Stephanie Ramos
- 26 de fev. de 2019
- 3 min de leitura

Quantas autoras você leu no ano passado? Pode parecer bobo fazer uma pergunta dessas em uma década que falamos tanto sobre igualdade de gênero e empoderamento feminino, mas as mulheres continuam minorias em grande parte das listas de leituras por aí afora.
Como parte do projeto #LeiaMulheres, selecionamos mulheres incríveis que valem a pena ser lidas. São brasileiras, italianas, nigerianas, jornalistas, atrizes, mulheres negras, mulheres que falam sobre machismo, abusos, racismo, medos, desejos, mulheres que viraram escritoras clássicas e que estão pop nessa década.
Leia mulheres e presenteie pessoas que você ama com livros escritos por mulheres.
Confira nossa lista:
Elena Ferrante

A Febre Ferrante virou um fenômeno global. O pseudônimo Elena Ferrante foi usado para assinar a série napolitana, que trouxe a fama para os livros possivelmente escritos por Anita Raja. Depois de vender mais de 100 mil livros só no Brasil, a HBO adaptou o primeiro livro em uma série, que conta as histórias da protagonista Elena e sua melhor amiga Lina, da infância até a terceira idade.
Por onde começar: A Amiga Genial, primeiro livro da série napolitana.
Clarice Lispector
Ucraniana naturalizada brasileira, Clarice chegou em Maceió com apenas dois anos. Mesmo tendo graduado-se em direito, logo ingressou no meio literário como tradutora - a escritora era fluente em português, inglês, francês e espanhol, e tinha conhecimento em mais três línguas. No Rio de Janeiro há uma estátua sua com seu cão Ulisses, no Leme.
Por onde começar: A Hora da Estrela, em que Clarice se inspirou em sua própria infância no Nordeste.
Conceição Evaristo

A escritora mineira Conceição Evaristo sempre gostou de escrever. Quando menina, ganhou o prêmio de melhor redação da escola, intitulada "Por que me orgulho de ser brasileira". Porém, seus livros só começaram a ser publicados a partir de 1990, quando a escritora tinha 44 anos.
Em 2017, a escritora foi homenageada na Ocupação do Itaú Cultural, que reuniu textos, fotografias, objetos pessoais e manuscritos de poemas de Conceição. Militante do movimento negro, aborda em suas obras temas como discriminação racial, social e de gênero.
"A literatura está nas mãos de homens brancos" (Conceição Evaristo)
Por onde começar: Olhos D'água, contos que denunciam a pobreza e violência da população negra.
Eliane Brum
Segundo o Portal dos Jornalistas, Eliane Brum segue como a jornalista mais premiada da história, colecionando prêmios internacionais e nacionais, como o Esso, Vladmir Herzog e Jabuti. A Colunista do El País possui uma sensibilidade extrema para contar histórias, e gosta de se descrever como "uma escutadeira que escreve". Sorte a nossa.
Por onde começar: A vida que ninguém vê, coletânea de crônicas-reportagens que mostram a sensibilidade da jornalista.
Rupi Kaur

A poetisa britânica de origem indiana é chamada de Instapoet pelos fãs, pelo barulho que faz no Instagram com seus escritos. Seu primeiro livro, Outros Jeitos de Usar a Boca, feito com ilustrações da própria autora, obteve o primeiro lugar na lista de mais vendidos do The New York Times por 40 semanas - quando Rupi tinha apenas 22 anos (hoje tem 26). Os poemas abordam assuntos como abuso, machismo, relacionamentos e amor.
Por onde começar: Outros jeitos de usar a boca, seu livro de estreia.
Hilda Hilst
Homenageada da FLIP 2018 (Festa Literária Internacional de Paraty), a escritora abordou temas como morte, misticismo e sexo através da poesia, teatro e prosa. Teve uma polêmica fase de literatura erótica, em que nasceu o Pornô Chic (Trilogia composta dos livros O caderno rosa de Lori Lamby, Contos d’escárnio – textos grotescos, Cartas de um sedutor, mais o livro de poesias Bufólicas).
A autora acreditava que conseguia se comunicar com espíritos e fazia uso de gravadores na chácara que morou em Campinas, a famosa Casa do Sol. Esse lado de Hilda virou documentário, citado no vídeo que fizemos com dicas de docs brasileiros. Dá o play!
Por onde começar: Casos e Carícias e outras crônicas, livro sugerido pelo Instituto Hilda Hilst para desmistificar sua imagem para o leitor de primeira viagem.
Margaret Atwood

Escritora do pop feminista O Conto de Aia, a canadense Margaret Atwood começou a escrever o livro após recortes em jornais, que incluem a proibição do aborto e pílulas anticoncepcionais na Romênia. Seu livro Alias Grace foi adaptado em série com seis episódios pela Netflix, e é baseado em uma história real: a de Grace Marks, que viveu no séc. XIX e foi acusada de matar seu patrão. Sentenciada à prisão perpétua, Grace diz não lembrar de nada sobre o ocorrido - e aí, será que é verdade?
Por onde começar: O conto de Aia, que foi adaptado para a série The Handmaid's Tale, protagonizada por Elizabeth Moss
Mais dicas de leituras:
Sejamos Todos Feministas (Chimamanda Ngozi Adichie)
Quarenta Dias (Maria Valéria Rezende)
As Meninas (Lygia Fagundes Telles)
A Vegetariana (Han Kang)
Fim (Fernanda Torres)
Orgulho e Preconceito (Jane Austen)
As Ondas (Virginia Woolf)
E não sobrou nenhum (Agatha Christie)
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