Maní e seu almoço comercial por R$68
- Stephanie Ramos
- 24 de dez. de 2018
- 4 min de leitura
Era uma quinta-feira de manhã quando fui designada para uma tarefa que me agrada muito: escolher onde iríamos almoçar no dia seguinte. O almoço em questão era o último antes do recesso no trabalho, além de uma celebração pelo ano produtivo que tivemos.
Comemorações pedem lugares especiais e como o orçamento era generoso, lá perto do final do dia, relembrei que o Maní oferece almoço executivo por R$68 - uma realidade bem mais acessível para quem não tem dinheiro para provar o menu degustação, que começa em R$210 e pode chegar até R$730 por pessoa, com harmonização de vinhos naturais.
O Maní, restaurante da chef Helena Rizzo com mais cinco sócios - entre eles a apresentadora Fernando Lima, que é amiga de longa data da chef -, coleciona prêmios anualmente, incluindo uma estrela do Guia Michelin (mantida desde 2015). Entre os fatores que tornaram o restaurante tão prestigiado, é o fato de Rizzo explorar com muita criatividade, pratos que valorizem o melhor dos ingredientes do nosso país, sempre em busca de simplicidade e sazonalidade (o que também ajudou a alavancar grandes chefs brasileiros como Alex Atala, Ivan Ralston e Mara Salles).
Helena Who? Helena Rizzo é um dos nomes de peso que faz o mundo inteiro olhar para a gastronomia no Brasil. Do Grupo Maní, do qual faz parte, fazem parte os Restaurantes Maní, Manioca, Casa Manioca e a Padoca do Maní (esse último pra nossa sorte aceita VR - Sodexo, Ticket e Alelo).
Ao chegarmos no Maní, começamos pelo couvert (R$24 por pessoa), que incluí pão da Padoca do Maní, as famosas lascas de polvilho, coalhada seca com páprica doce defumada, queijo de cabra com pimenta-rosa e manteiga. O pão é delicioso, mas a minha atenção foi diretamente para as lascas de polvilho, que parecem um grande biscoito de polvilho, macio e saboroso.
Sampa dá a dica: Caso você já seja fã das lascas, é possível comprá-las por R$55 (porção com 4 lascas, cada uma tem mais o menos 20cm x 40 cm).
Na hora de escolher o que beber, tive a felicidade de ver uma vasta oferta de sucos <3 (Para quem gosta de fruta como eu, beira a decepção quando a única opção natural de um lugar é o suco de laranja). Acabei optando por um suco de manga com maracujá (R$9), que veio fresco e parecendo uma vitamina - só uma pena não ter vindo mais gelado nesses dias abafados que estamos presenciando em São Paulo. O meu colega de trabalho que sentou ao meu lado pediu a jarra de chá gelado (R$20, uma infusão que demora cerca de 12 minutos para ficar pronta) de flor de laranjeira, refrescante e doce na medida certa.
O Comercial do Maní (salada + pf + sorvete do dia) é servido somente durante o almoço de terça a sexta, exceto feriados. As opções de salada são a Maní (folhas verdes, tomate-cereja, pupunha, parmesão, torradinhas de alho e vinagrete de limão-siciliano), Mista (folhas verdes, abobrinha, cenoura, rabanete, beterraba, pupunha e cebola-roxa) ou Grãos (abóbora assada, iogurte e folhas verdes).
Não sou grande fã de salada e dispensei a minha, compensando no couvert, já que também estava ansiosa pelo prato principal. São seis opções diárias de prato feito, que você confere abaixo:
O meu escolhido foi o picadinho de filé-mignon, e acho que cabe dizer aqui que achei todos os pratos bem generosos. A graça do meu prato era justamente a aparência de prato feito e a simplicidade nas escolhas. O feijão preto veio em uma porção separada e o hype do ovo da gema mole acontece por aqui também. Porém, a grande estrela do prato foi a farofa, crocante e deliciosa. E embora o purê de abóbora não tenha sido um grande favorito meu, o doce do purê com o resto do prato criou um sabor interessante.
Pedi para experimentar o porco à milanesa da colega ao lado (e tem graça melhor do que ir em grupo grande em restaurante e provar mais coisas?), e também gostei bastante. A carne era leve e bem crocante, e acompanhava limão. Provavelmente teria sido minha segunda opção.
A sobremesa fica por conta do sorvete do dia, que naquela sexta-feira era o de goiaba ou gengibre. Escolhi o de goiaba, que me lembrou muito a leveza dos gelatos do Le Botteghe di Leonardo, minha sorveteria favorita em São Paulo. Fiquei com receio que o de gengibre fosse enjoativo ou muito forte, mas também pedi um pedacinho ao colega do lado e me surpreendi com a refrescância do sorvete, sem aquele gosto predominante que fica na garganta do gengibre.
O sorvete veio nesse potinho da foto abaixo, e dentro dele também vem um palito de plástico, caso você queira levar o sorvete para casa ou comer fora do restaurante.
Sampa dá a dica: Se assim como eu, você é apaixonado(a) por sorvetes, o Maní oferece uma degustação de sorvetes artesanais da casa por R$34.
Por fim não resisti e perguntei pro garçom se a Helena estava por lá. Num primeiro momento ela havia saído, mas acabou voltando para o Maní - para a minha sorte. O garçom foi até mim e disse que em breve ela iria até a minha mesa. Quando ela chegou, ficou evidente que os garçons simpáticos refletem a calmaria da chef. Ela perguntou se estava tudo certo com os nossos pedidos, tirou uma foto conosco e nos desejou um excelente 2019. Nada como fechar o ano (e uma refeição) com chave de ouro.
Ah! Quem avisa, amigo é: a taxa de serviço é de 13%.
Maní
R. Joaquim Antunes, 210 - Jardim Paulistano
Ter. a qui.: 12h às 15h / 20h às 23h30
Sex.: 12h às 15h / 20h à 00h.
Sáb.: 13h às 16h / 20h à 00h.
Dom.: 13h às 16h.
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