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“Prédios de São Paulo para crianças” estimula pequenos a descobrirem o centro da cidade

  • Foto do escritor: Stephanie Ramos
    Stephanie Ramos
  • 10 de out. de 2018
  • 4 min de leitura

Atualizado: 17 de dez. de 2018

Livro convida crianças a conhecer e se conectar com a cidade através da arquitetura


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O livro traz cerca de 22 prédios históricos no centro da cidade em dois roteiros para fazer com os pequenos (Créditos: Divulgação)

Muitos pais leem para os filhos histórias de super-heróis, de reinos com princesas e príncipes, além dos clássicos da literatura infantil, como “A Chapeuzinho Vermelho” ou “Os Três Porquinhos”. Mas agora um novo livro propõe: Por que não ler (e conhecer) mais sobre o centro da nossa cidade?


O livro “Prédios de São Paulo para Crianças” nasceu de um projeto já existente, o “Prédios de São Paulo” (três volumes que contam sobre os edifícios mais emblemáticos da cidade), criado por Matteo Gavazzi, que resolveu expandir este universo para o mundo das crianças. “Se você não educa as crianças, nós vamos ter de novo gerações que têm dificuldade de encontrar raízes, como a minha que está buscando fortemente esse encontro”, diz Matteo.


Os edifícios e informações dos três livros foram o ponto de partida na hora de selecionar o que entraria no livro, e Matteo então convocou a jornalista Tatiana Engelbrecht para fazer o texto e Daniel Almeida para ilustrar as páginas do livro. Os dois começaram a pensar em como tornar o projeto atrativo para crianças e assim nasceu Miro, um simpático cão, da raça “rastreador de preciosidades arquitetônicas” que narra a história e guia as crianças pelo universo arquitetônico do centro. “O Miro vai fazendo esse passeio com as crianças e contando a história de cada um dos edifícios por onde a gente passa nesse percurso”, conta Tatiana.


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O ilustrador Daniel Almeida deu vida ao Miro, um cão "rastreador de preciosidades arquitetônicas” (Créditos: Divulgação)

Entre tantos edifícios importantes, resolveram começar pelo centro histórico, onde a cidade efetivamente começou. “Na hora de escolher o que ia entrar, começamos a pensar em centro histórico, porque achamos que para criança, seria mais legal chamar de centro histórico do que centro velho”, diz a jornalista. E então, para ter um fio condutor e levar as pessoas para descobrir (ou redescobrir) esta parte da cidade, o livro propõe dois roteiros para serem feitos a pé, onde um adulto e a criança participam de uma espécie de caça ao tesouro.


Durante o processo de elaborar ambos os roteiros, a equipe foi testar a primeira proposta para descobrir se os passeios eram efetivamente viáveis em uma caminhada. “Foi uma escolha geográfica também, [pensamos] no que seria possível a gente transformar em um passeio”, diz a jornalista.


Porém, o livro não entra em explicações de estilo arquitetônicos como art déco e art noveau para não tornar maçante o conteúdo para uma criança, pela quantidade de prédios. “Chegamos a conclusão que explicar essas coisas seria muito complicado, e talvez para criança seria melhor falar ‘Olha, presta atenção que na porta tem uma fechadura que foi feita só para esse prédio’”, diz Tatiana, que completa "O foco é falar da importância dos prédios da cidade, como você deve olhar para ela, para se apropriar da cidade, além de convidar as pessoas para visitarem um lugar que é muito importante para a história de São Paulo".


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O Edifício Martinelli é um dos prédios que aparecem no roteiro da publicação (Créditos: Divulgação)

Além disso, nem todos os prédios podem ser visitados e a criança tem que olhar de fora. Para contornar a situação, o narrador curioso e peludo entra nestes prédios pelas ilustrações de Daniel.

Dentro do roteiro proposto pelo livro, as crianças percorreram edifícios como o Conde Matarazzo, Altino Arantes e Martinelli. “O primeiro passeio começa no Mosteiro São Bento e termina no Palacete Tereza Toledo Lara, que é onde funciona a Casa de Francisca, e o segundo passeio começa no Páteo do Colégio e termina no Theatro Municipal. Nesse passeio passamos por cerca de 22 prédios que são importantes para a história de São Paulo” afirma Tatiana.


E dá para incentivar as crianças a conhecer um lugar tido como perigoso? A autora diz que embora alguns lugares devem ter atenção redobrada, o livro não incentiva as crianças a irem sozinhas para a região. Tatiana também diz que quanto mais gente estiver passeando no centro, mais o lugar se torna ocupado e melhor, como a Casa de Francisca, ao lado da Sé.


A publicação estimula as crianças a descobrir tesouros, mas no final a criança descobre que o tesouro descoberto foi São Paulo, e para a jornalista, descobrir uma cidade faz com que você seja mais dono dela. “Nós que moramos em São Paulo, vivemos onde trabalhamos, onde moramos e acaba que não visitamos a cidade. São Paulo é muita viva, dinâmica, grande. Tem sempre surpresas e alguma coisa para descobrir”, diz.



Os paulistanos têm começado aos poucos a conhecer o centro, mas os novos comércios ajudam a atrair o público para a região. A jornalista cita o Edifício Esther como uma dessas mudanças, “Tem o Edifício Esther, que agora [Olivier] Anquier tem tanto a padaria quanto o restaurante no terraço. O Esther é um edifício importante na cidade, primeiro modernista. Mas, acho que muita gente conheceu porque agora tem um restaurante lá”.


Na hora de viabilizar o projeto, escolheu-se arrecadar o dinheiro através de um crowdfunding. A meta era de R$68.455,40, mas o engajamento do público foi tanto que bateu a meta e além disso excedeu 11%, captando um total de R$76.320,00 – e o dinheiro excedido foi convertido em mais livros.


A previsão para o próximo livro é que saia no meio de 2019 ou começo de 2020, e começará a partir do Theatro Municipal, em direção à República, que é onde São Paulo cresceu após a construção do Viaduto do Chá, formando o chamado Centro Novo, um segundo momento do crescimento da cidade.

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